Você alguma vez já considerou o Linux no momento de escolher um sistema operacional? Pois saiba que ele é totalmente personalizado e preocupado com a privacidade do usuário. Com ele, você não precisa se preocupar com a entrega dos seus dados para corporações ou com atualizações automáticas de software não solicitadas por você.
Além disso, o Linux é mais acessível do que você imagina, não apenas em termos financeiros, mas também em termos de usabilidade. Não é necessário ser nenhum hacker para utilizá-lo: isso é um mito criado pelas empresas para afastar as pessoas do software livre.
Existe uma gama de variações do Linux e certamente há alguma coisa apropriada para suas necessidades e habilidades.
No post de hoje, unimos diversas informações em um guia, contendo as melhores dicas Linux para que você entre de vez no mundo do software livre. Vamos a elas?
Afinal, o que é um distro LINUX?
Para o bem e para o mal, não há nenhum “Linux oficial”. Em vez disso, há centenas de distribuições. Cada uma oferece características distintas.
O Linux é o coração, o kernel, o software criado por Linus Torvalds que fica “por trás” e é responsável por controlar as interações entre o hardware e outros programas de qualquer sistema baseado em Linux.
É a distribuição, a distro, que determina o resto — o design da interface do usuário, o processo de instalação e suporte são todos frutos do criador da distro.
Muitas vezes, arquivos de documentação, como guias e manuais, também são produzidos e incluídos na distro. Por isso, é importante escolher direito a distribuição com a qual o seu computador vai funcionar.
Essa é sem dúvida uma das etapas mais difíceis ao entrar no Linux. O nosso objetivo com esse texto é te dar dicas Linux e ajudar a poupar o máximo de tempo possível ao escolher de forma inteligente e sem arrependimentos seu distro.
Como escolher uma distribuição LINUX?
Analisando o ambiente desktop
Em primeiro lugar, antes mesmo de começar a decidir sobre uma distribuição Linux, você deve primeiro decidir sobre o ambiente desktop, ou seja, a forma com que você estará interagindo com o computador na maior parte do tempo.
Escolher primeiramente um ambiente desktop fará com que você diminua as suas opções de distribuição. Existem aquelas que costumam ter um ambiente desktop “default”, e podem ou não fornecer skins que usam a mesma base, mas com um ambiente de trabalho diferente. Veja algumas informações:
- GNOME: É o ambiente de desktop que criou uma nova maneira de usar o computador. Vale a pena fazer uma visita se você já usou o Linux antes, mas não é recomendável para um iniciante.
- Cinnamon: Derivada do GNOME e desenvolvida pela Linux Mint, a Cinnamon é uma interface que pode ser amplamente personalizada. Os usuários podem instalar uma série de extensões, aplicativos e temas. Lembra o Windows.
- KDE: Semelhante ao Windows, é altamente personalizável. Por outro lado, é um pouco pesado sobre os recursos do sistema, pelo menos em comparação com outros ambientes de trabalho Linux. Não recomendado para netbooks, só para desktops potentes.
- Xfce: Parece com o desktop GNOME mais antigo (que era mais parecido com o Windows), e é executado utilizando menos recursos do sistema.
- LXDE: Um ambiente de trabalho simples que é semelhante ao Windows 95/98, é executado com muito poucos recursos do sistema. Essa é uma ótima opção para dispositivos de baixa potência e para pessoas retrô.
- Unity: A área de trabalho padrão no Ubuntu, que tem uma série de semelhanças com o Mac OS X, incluindo uma barra de menu global e um painel em fita, que, no caso da distro da Linux, está no lado esquerdo e é muito bonita. Diferente do GNOME, KDE, Xfce e LXDE o Unity não inclui aplicações, já que foi feito para usar programas em GTK+ já existentes.
Se você não tiver certeza de imediato qual deles você estaria mais interessado em possuir, há uma distribuição chamada Hybryde Linux. Ela não se destina a ser instalada em um computador, mas, em vez disso, oferece uma maneira de testar todos os ambientes de desktop comuns em um ambiente vivo.
Hybryde torna fácil alternar entre diferentes ambientes de trabalho sem ter que reiniciar o computador a cada vez ou instalar um monte de pacotes.
Escolhendo uma distribuição
Supondo que já escolheu um desses ambientes de trabalho, você pode diminuir as suas opções para as distribuições que oferecem o seu ambiente de trabalho escolhido. Para ajudá-lo, listamos algumas das distribuições mais populares.
Ubuntu
Mesmo as pessoas que não sabem escrever uma única linha de comando são capazes de utilizar o Ubuntu. Ele tem o rosto amigável do Debian (a distro que antecedeu Ubuntu por uma década), com novas versões apenas a cada seis meses, em vez de a cada seis segundos. Isso torna o Ubuntu muito mais estável e, na maioria dos casos, realmente utilizável.
Esse é, sem sombra de dúvidas, o melhor lugar para começar se você é novo no Linux, tendo sido projetado especificamente para as pessoas que não sabem uma linha de código. O Ubuntu já vem com muitos aplicativos pré-instalados, e a biblioteca de repositórios simplificada torna o uso muito mais fácil.
Muitos usuários de Linux experientes utilizam o Ubuntu não apenas como um ponto de partida, mas como sua distribuição oficial. O Ubuntu é realmente muito completo.
Ele se tornou tão popular nos últimos anos que praticamente virou uma “marca”, sobretudo por seu ambiente de trabalho, conhecido como Unity. Essa interface do Ubuntu é utilizada até mesmo para celulares e tablets, tornando o desktop do Ubuntu um clássico do software livre.
Apesar da chance do Ubuntu um dia superar o Android no mundo dos celulares ser pequena, a Canonical, produtora do Ubuntu, tem grandes esperanças e um futuro promissor para ele.
A Unity não parece tanto com o Windows quanto outros ambientes de trabalho. No entanto, recentemente, tornou-se muito mais flexível e mais suave. E, convenhamos, acostumar-se a tanta beleza não é uma tarefa tão difícil assim.
Linux Mint Cinnamon
Se você deseja algo próximo do Windows 10 sem ter que lidar com a Microsoft, o Linux Mint Cinnamon pode ser uma boa solução. Ele tem uma interface muito familiar ao ambiente da Microsoft, seja isso bom ou ruim. Possui um menu Iniciar no canto, tornando absolutamente fácil fazer a transição de Windows se você teve sua experiência limitada a esse sistema operacional.
O Mint Cinnamon usa repositórios muito semelhantes aos do Ubuntu, baseando-se sobre ele inclusive. Mas, como se inspira no Windows, acaba por ter uma interface complexa, cheia de pequenos detalhes.
Se você pretende correr o Linux em uma máquina velha que já não dá conta do Windows, possivelmente essa máquina não vai dar conta do Mint Cinnamon também. Nesse caso, fique com Ubuntu ou outra distro mais leve.
O Mint Cinnamon é uma distro Linux boa para iniciantes. Em geral, é atualizado uma vez por ano e dispõe de uma eficiente suíte de escritório estilo “Word”, aplicativos como Media Player, um navegador e muito mais, tudo isso desde o início.
Arch Linux
Segue o princípio KISS (Keep It Simple, Stupid) o que significa que não há nada no sistema que você não usa. Mas isso significa que você tem que instalar todos os pacotes você mesmo, e uma instalação Arch pode levar tempo.
No entanto, é símbolo de liberdade: você instala absolutamente o que quiser sobre ele. Não é nada recomendável para iniciantes.
Fedora
Baseado na distribuição Red Hat, ele utiliza o ambiente GNOME como desktop padrão, embora existam muitos “spins” disponíveis que utilizam o KDE, xfce, LXDE entre outros. O Fedora tem a sua própria base, o que significa que ele usa um gerenciador de pacotes diferente e tem seus próprios repositórios.
A frequência de atualizações é muito alta, o que para alguns usuários pode ser um ponto negativo. Essa rapidez toda também pode gerar alguns bugs no sistema, mas nada grave. A distribuição padrão costuma vir com Mozilla Firefox, LibreOffice e uma grande variedade de programas para desktops e servidores.
Testando antes de usar
Agora que já escolheu um ambiente de desktop e uma distribuição, você deve tentar testá-los antes de realmente comprometer-se com qualquer instalação real. Para isso, vá para o site da sua distribuição e baixe a última versão estável.
Em seguida, baixe o VirtualBox e instale-o. Com esse emulador, você é capaz de rodar um sistema operacional dentro de outro, como, por exemplo, o Ubuntu ou outra distribuição em um computador com Windows ou Mac. Se você quiser saber mais sobre o Virtualbox, pode baixar nosso guia passo a passo.
Siga as instruções para criar uma máquina virtual no VirtualBox e depois execute a sua distribuição sobre ele. Em suma, você vai precisar para criar a nova máquina virtual (dê o mesmo nome da distro que você está querendo usar) e, em seguida, monte o arquivo ISO na máquina virtual “CD drive”.
Você poderá simplesmente executar o ambiente em sua máquina virtual, ou, se preferir, instalar a distribuição no disco rígido da máquina virtual (que nada mais é do que um arquivo no seu computador real).
Para mais informações sobre como instalar Ubuntu, vá ao final desse texto. Lá, fizemos um passo a passo da instalação!
Ubuntu x Windows: qual é melhor?
Se, depois de todas essas dicas Linux, você ainda estiver confuso e pensando em ficar no Windows, vamos ser francos: não faça isso. Escolha o Ubuntu, a distro mais amigável e estável de todas: você não irá se arrepender.
Existem dezenas de motivos para isso, mas vamos listar apenas oito motivos que certamente te convencerão a se libertar digitalmente. Acompanhe:
Gratuidade
Se você não tem problemas cardíacos, lançamos um desafio: pesquise na internet o valor do Microsoft Windows 10 Home 64 Bits Português. Ele vai variar em entre 400 e 600 reais. Sim, isso mesmo: para usar o Windows 10 em uma única máquina, você vai ter que desembolsar até mais da metade de um salário mínimo.
Imagine isso em um contexto empresarial. Caríssimo! E qual a vantagem desse sistema a não ser o fato de que a maior parte das pessoas está acostumada a ele? Nenhuma.
Faça o download do Ubuntu gratuitamente. Ele pode ser instalado até mesmo a partir de um Pendrive e oferecer recursos completos.
Privacidade
Esse é, sem sombra de dúvidas, o maior erro do Windows, em especial sua última versão Windows 10, que coleta informações dos usuários e não explica direito como e para que irá usá-las.
Os termos de uso do novo sistema operacional da Microsoft são ambíguos. No contrato, é possível ler que a Microsoft irá coletar dados de várias fontes, como o buscador Bing, consultas à assistente pessoal Cortana e até mesmo de documentos pessoais carregados na nuvem por meio do OneDrive.
Usando o Windows 10, sua conta de usuário fica sincronizada com os serviços da Microsoft, ou seja: quando você faz um login na sua máquina particular, todas suas senhas passam por um servidor da empresa. Vigília constante.
Segurança
Verdade seja dita, o Windows tem sido (e provavelmente sempre será) o maior alvo de malware. Claro, você pode dizer que é por causa de sua popularidade — o que é parcialmente verdadeiro — mas também é devido à natureza do sistema operacional.
A Microsoft vem, há muito tempo, fazendo más escolhas que têm impactado negativamente seu sistema operacional para usuários domésticos. O Internet Explorer, por exemplo, com sua péssima tecnologia ActiveX, colocou muitos usuários em risco.
No Windows, grande parte dos softwares pode ser instalada sem uma senha, ou até mesmo sem a permissão do usuário, levando a uma bagunça total. Quem nunca experimentou uma máquina com Windows que pegou um malware e acabou com várias barras de ferramentas do navegador web?
Embora os sistemas operacionais baseados em Linux, como o Ubuntu, não sejam imunes à malwares — afinal, nada é 100% seguro, — a natureza do sistema operacional evita infecções.
Na verdade, com exceção manipulações que levam o usuário Linux a fazer algo tolo, a estrutura do Ubuntu é bastante sólida. Aderindo a downloads a partir do Centro de Software, os usuários do sistema operacional podem se sentir bastante seguros — não há necessidade de nenhum antivírus, anti-spyware ou utilitários como CCleaner nesse sistema livre.
Acesso a programas
Um dos diferenciais do Ubuntu desde o início foi sua lojinha de aplicativos, semelhante à App Store da Apple, que tem a capacidade de adicionar ou remover aplicações open-source.
Quem disser que desde o Windows 8 a Microsoft também oferece aplicativos por meio de uma loja virtual estará sendo injusto. O que se encontra na loja do Windows, na grande maioria das vezes, são aplicativos pagos e muitas vezes pouco funcionais. Os que têm utilidade real, em geral, são caríssimos, certamente na casa das centenas.
Enquanto isso, no Ubuntu, é possível baixar programas altamente complexos, como o Gimp, um software completo de edição de fotos e ou o OpenOffice, uma suíte para processamento de textos.
Interface
Pergunte a qualquer designer de bom gosto qual das duas interfaces é mais bonita e a chance de a resposta ser o Unity, do Ubuntu, será grande.
O ?design é extremamente agradável, e os ícones são de alta resolução. Ao clicar no dash (uma espécie de “iniciar” do Unity), você tem acesso aos ícones dos programas mais usados e uma barra de pesquisa. Simples e elegante.
Redes sociais e integração com a nuvem
O Windows vem tentando desde sua versão 8, mas os recursos de integração com as redes sociais ainda são muito fracos. Já Ubuntu sempre inclui recurso de mídias sociais em sua área de trabalho padrão.
Concentradas em um único lugar na barra superior, estão quaisquer atividades nas contas on-line pré-programadas pelo usuário. Esse tipo de recurso, já tradicional na distro da Canonical, não pode ser tratado como um adicional teste, como no Windows.
Não é de hoje que Facebook, Twitter, YouTube e diversas outras redes sociais fazem parte do nosso dia a dia, tanto no campo pessoal quanto no profissional.
Consistência
Vamos além do fato de que é bem mais provável o Windows congelar, sofrer algum acidente, ou agir mal do que o Ubuntu. Para além da estabilidade medíocre dos sistemas da Microsoft, o Windows 10 ainda é extremamente inconsistente.
A maior ofensa é ter dois destinos para configurações. Há um novo menu “Configurações”, além do tradicional “Painel de Controle”. Nunca fica claro qual deles o usuário deve visitar — muito confuso.
Infelizmente, ainda não termina aí. A Microsoft oferece dois navegadores, o Edge e o já conhecido Internet Explorer (e nem um nem outro podem ser desinstalados!). Para o usuário médio, não fica claro o porquê desses dois navegadores: ambos, aliás, terríveis.
Ao navegar nas configurações em aplicativos tradicionais versus loja de aplicativos, a experiência é muito diferente também: uma confusão para quem opta pelo Windows.
Comunidade de ajuda
O Ubuntu possui a maior comunidade Linux. Existem literalmente milhões de pessoas dispostas a te ajudar em grupos nas redes sociais ou em fóruns na internet. E não precisa ser nenhum entendido ou estar na deep web para encontrar esses entusiastas Ubuntu. Uma pesquisa no Google é capaz de resolver a maioria das questões que você tiver. Faça o teste!
Além disso, existe a Launchpad, uma aplicação web e site desenvolvido e mantido pela Canonical. É uma base de conhecimento grande do Ubuntu, mas também é muito mais que um site de perguntas e respostas.
É dentro Launchpad que a maior parte do trabalho colaborativo de Ubuntu e outros projetos de software livre acontecem. O Launchpad tem várias áreas dedicadas a isso, incluindo código de hospedagem, acompanhamento de bugs, tradução, entre outros recursos.
Enquanto você for um usuário iniciante que procura encontrar suporte técnico, o Launchpad Answers irá ser seu parceiro. Conforme seu conhecimento e experiência com o Ubuntu forem aumentando, é uma boa ideia se familiarizar com todos os aspectos do Launchpad.
E como instalar Ubuntu?
O Ubuntu é tão simples de instalar quanto qualquer programa que você já tenha colocado em seu computador. Se algum dia você já instalou algum jogo ou software via CD ou Pendrive em seu computador pessoal, certamente irá conseguir instalar o Ubuntu.
Leia com atenção o nosso passo a passo em cinco fases, ou, se precisar, veja a versão fotográfica ou mais dicas do blog: temos diversos conteúdos que podem te ajudar.
Baixe o Ubuntu
Primeiro você precisará baixar um arquivo de imagem .ISO do Ubuntu.
É importante que você faça o download da versão Desktop. Se você baixar a versão do servidor, não haverá interface gráfica, e você terá que adicionar isso manualmente.
Verifique se o seu computador irá inicializar a partir do USB
Atenção: a única coisa um pouco mais complicada sobre a instalação do Ubuntu talvez seja deixar seu computador pronto para bootar a partir do USB.
Vamos dar explicações gerais, mas tudo vai depender de quantos anos a sua máquina tem, quem é o fabricante, e qual é o modelo. Tendo qualquer dúvida, consulte o site do fabricante para obter instruções.
De forma geral, você pode acessar a tela BIOS (em computação, Basic Input/Output System, ou Sistema Básico de Entrada/Saída), pressionando a tecla Esc quando a máquina está inicializando.
Faça alterações BIOS
Uma vez que você descobrir como abrir as configurações de inicialização do BIOS, altere a ordem de inicialização UEFI para colocar USB primeiro na lista do Boot Manager do sistema.
Crie USB’s Bootáveis
Baixe e instale UNetbootin e use-o para criar um USB inicializável. Isso irá criar uma partição de arranque no disco e vai copiar o Ubuntu para lá.
Instale Ubuntu
Depois de conseguir iniciar o seu computador pela USB com o pendrive de boot criado com o UNetbootin, escolha português do Brasil e clique em Instalar Ubuntu. Depois, dê ok no passo a passo das abas. Faça como nestas fotografias.
Chegue até a parte onde você deve criar nome de usuário, senha e nome do computador. Você entrará com esse utilizador ID após a instalação estar completa. Continue seguindo em frente nas abas.
Após a instalação estar completa, remova a unidade USB e clique em reiniciar agora. Pronto! Aproveite o Ubuntu!
Esse distro é muito simples de usar e amigável, mas se você ainda tiver alguma dúvida sobre a instalação do Ubuntu ou simplesmente quiser aprofundar seus conhecimentos, baixe o e-book com dicas Linux e aprenda a dominar o Ubuntu de uma vez por todas!